Estúdio

Aerosmith esquenta público de Porto Alegre


Pontual e energético, o grupo norte-americano Aerosmith deu início ao curto giro brasileiro na noite desta quinta-feira (27), disposto a enterrar dúvidas sobre as condições físicas dos integrantes para excursionar pelo mundo.

Em duas horas, o grupo fez a plateia de 15 mil pessoas esquecer a chuva fina e apresentou um repertório de 20 músicas no palco montado no estacionamento da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre, contemplando grande parte dos hits que tornaram a banda referência do hard rock e da música pop nos últimos 30 anos.

Nesta sexta-feira (28) à tarde, o Aerosmith leva a turnê “Cocked, locked, ready to rock” para São Paulo, onde realiza o último show no Brasil, no sábado (29), no Palestra Itália.

Otorrinolaringologista e quiropraxista

O quinteto havia chegado a Porto Alegre na quarta-feira (26). Na quinta, quatro horas antes do show, os músicos partiram para o local do evento, e descansaram em camarins separados, reunindo-se apenas para a janta e para o show. Um otorrinolaringologista e um quiropraxista ficaram à disposição dos músicos nos bastidores.

Às 22h05min, cinco minutos após o horário marcado, a produção acendeu as luzes do palco ao som de “Rainy Day Women”, de Bob Dylan (conhecida pelos versos “everybody must get stoned”, algo como “todo mundo deve ficar chapado”), e o Aerosmith deu início ao espetáculo com o hit “Love in a elevator”.

Steven Tyler, o vocalista de 62 anos que quase deixou a banda no ano passado após uma queda de um palco, mostrou estar recuperado e com a costumeira energia – além do figurino obrigatório (calça boca de sino prateada, e o pedesta decorado com lenços).

A segunda música, o clássico hard rock Mama Kin, veio com o início da garoa que molhou os gaúchos até o final do show. Na terceira, “Falling in love (is hard on the knees)”, o Aerosmith mostrou que veio ao Brasil disposto a agradar. “E aí, gaúchos!”, gritou Tyler para a plateia, num português simpático e surpreendentemente sem sotaque.

'Pink'

A primeira metade do show foi centrada nos grandes hits da banda, com destaque para as baladas que fizeram uma geração de jovens que cresceram ouvindo música em videoclipes nos anos 90. “Pink”, a quarta música, agradou um trio de garotas que se conheceu na fila para entrar na Fiergs. Em uníssono, levando as mãos à boca em forma de concha, as estudantes Débora Amaral, 22 anos, Diandra Neuhaus, 20, e Cristiane Santana, 20, gritaram a música favorita: “PINK!”. Débora e Diandra haviam chegado às 10h nos portões da Fiergs, e, meia hora antes do show, estavam espremidas na grade de proteção da pista, o setor mais barato.

Embora Débora carregasse um cartaz com sua foto e uma foto de Steven Tyler onde lia-se “a cara do pai” (de fato, a jovem tinha a mesma boca avantajada do vocalista), as novas amigas se diziam fãs de rock, não apenas do Aerosmith. “A minha paixão pelo rock veio dos meus pais”, disse Diandra. “Eu vim para ouvir a música do Armageddon. E para pegar a pensão”, divertia-se Débora, já rouca.

Nos demais setores, o público acima dos 30 anos, adolescentes da geração videoclipe da década de 90, também esteve presente. A banda dedicou a primeira metade a ganhar a simpatia dos trintões. “Living on the edge”, “Jaded”, “Crazy” e “Crying” vieram em sequência, para delírio da plateia que, a esta altura, usava capas de chuva para se proteger da garoa fina e insistente.

No palco, Tyler parecia não dar bola para o clima. Se as lesões do ano passado (e o período internado para tratar da dependência de analgésicos) deixaram alguma sequela em Tyler, a ponto dos colegas de banda cogitarem procurar um substituto, o vocalista disfarçou bem em Porto Alegre.

Sem perder a voz

Em “Dream on”, atingiu os agudos característicos, sem sinal de perder a voz pela idade. Também não se protegeu da chuva em nenhum momento mesmo tendo a possibilidade de se refugiar embaixo da área coberta do palco e ainda dançou como um adolescente durante toda a apresentação.

Assista "I Don't Want to Miss a Thing"



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